Por Silvio Médici, presidente

O país vive um dos momentos mais complexos da sua história republicana, com uma gravíssima crise econômica, social e ética, em meio a eleição para eleger o novo presidente da República, governadores dos Estados e a renovação do Congresso Nacional.

Se, por um lado, a eleição nos dá a esperança com a renovação dos quadros políticos do país que poderão trazer soluções para os sérios problemas brasileiros, com as reformas necessárias para mudar o quadro atual, com o crescimento da economia gerando empregos e renda para a população, por outro lado nos preocupa, e muito, a capacidade do atual modelo político para responder às necessidades da sociedade e dos agentes econômicos.

O atual modelo se esgotou, e não adianta novos representantes, se não estiverem comprometidos com uma rápida reforma política de forma a criar às condições necessárias às demais reformas: fiscal, previdenciária e de gestão, desonerando os meios de produção e tirando do cidadão do peso do Estado.

Os governos de coalização que lotearam o Estado de A a Z não responderam às necessidades da nação. Os vícios oriundos desse modelo que interferem no desenvolvimento tecnológico do país e gera incertezas aos investidores se enraizaram na estrutura do Estado.

As agências reguladoras, órgãos de fiscalização e normatização, sem pudores, entregues aos partidos políticos, criam barreiras e cerceiam a livre iniciativa, inventando regras que não levam em conta os interesses da nação.

A ABEETRANS tem procurado por todos os meios incentivar o debate para uma mudança da cultura, defendendo entre as suas associadas e junto a sociedade, um novo modelo de negócio, com a prevalência da livre iniciativa, da concorrência e do menos Estado.

Chega de o Estado impor barreiras e regras contra a livre inciativa, contra o cidadão empreendedor. Somente com uma profunda reforma do Estado poderemos reverter a atual crise e gerarmos empregos e desenvolvimento social.

Por óbvio, cabe ao Estado ser o agente regulador e moderador da atividade econômica, mas, seu papel deve ser o de distinguir o capitalismo predador do empreendedorismo inovador, este sim verdadeira mola do desenvolvimento e do bem estar social.

Se o próximo governo não criar o ambiente necessário para que as empresas possam investir com segurança, tirando o peso que impõem à sociedade, certamente veremos um agravamento da crise econômica e social que tantos prejuízos já tem nos causado.

Cabe a nós eleitores a tarefa principal dessa reforma, que é levar ao novo congresso que se formará gente comprometida com a reforma do Estado Brasileiro, para que possamos deixar um legado às futuras gerações.