Quando da posse do atual governo que assumia o Brasil, após o episódio do impedimento da presidente Dilma Roussef, escrevi editorial com o título “Uma Nova Esperança que se Apresenta ao Brasil”. Por mais otimista que poderia ser o título, lá no fundo tínhamos a preocupação do que viria pela frente. Confesso: subestimei a capacidade dos nossos governos se superarem para o pior.

Não se trata de preferências ideológicas. Para mim, qualquer governo que se paute pela honestidade, pela ética e pelos costumes republicanos será o meu governo. Mas o fato é que nenhum dos últimos governos mostrou qualquer compromisso com esses conceitos. Continuamos a viver os dias da maior conturbação da história da República brasileira.

Tudo aquilo que entendíamos que era grave no campo político e econômico ficou pior. Avançaram as investigações, acusações, delações, prisões e novos nomes foram surgindo. A Cada dia somos surpreendidos por um novo escândalo, sempre maior que o anterior.

Se naquele momento do editorial anterior, ninguém arriscava um palpite sobre como iria acabar a crise política, hoje, mais ainda, há uma nuvem de incerteza cobrindo o país. O entendimento que se desenhava para as reformas tão fundamentais para a retomada do desenvolvimento está seriamente comprometido.

A desestatização da economia, o investimento na infraestrutura, a saúde e a educação, temas centrais da pauta para colocar o país na direção correta, ficaram superados pela urgente necessidade de uma profunda reforma política.

Esse Congresso perdeu a legitimidade para assumir o relevante papel das mudanças tão importantes para o futuro da nação, mas é o que temos e com ele temos que seguir.

O que não podemos neste momento é perder de vista a Constituição. Vamos abraça-la e não nos deixar trair por soluções que atendam a interesses pessoais, de grupos ou partidos em detrimento da nação. Sair por outra via é jogar o país definitivamente na escuridão.