Vivemos dias da maior conturbação da história da República Brasileira, onde temos, ao mesmo tempo, uma grave crise política e outra econômica. Caminham na mesma estrada e ao mesmo tempo investigações, acusações, delações, prisões, temas que passaram a fazer parte do nosso cotidiano e que criam uma onda de pessimismo e de falta da confiança nos rumos do país.

Ninguém arrisca um palpite sobre como isso tudo irá acabar. No entanto, a mudança de governo abre a possibilidade para um entendimento nacional sobre as reformas políticas tão fundamentais para a mudança de um modelo superado e mortalmente atingido em seu núcleo.

O país não pode parar e os primeiros passos já foram dados no sentido de buscar o equilíbrio fiscal das contas públicas com a revisão das metas, mas não basta, temos que superar o impasse ideológico e levar adiante com urgência as reformas política, econômica e fiscal.

A desestatização da economia, o investimento na infraestrutura, na saúde e na educação, a meu ver, são temas centrais para colocar o país na direção correta, e nesse contexto cabe ao congresso nacional assumir seu relevante papel nas discussões desses temas tão importantes para o futuro da nação. Com a economia estatizada, a saúde em frangalhos e sem educação de qualidade não existe menor chance de um futuro melhor.

Somos fortes, já passamos por uma dezena de crises desde a grande crise do petróleo em 1973, que atingiu em cheio o Brasil e o mundo. Pacotes e embrulhos não faltaram à criatividade dos nossos economistas e não podemos perder mais uma década com discussões ideológicas sem corrigir o nosso rumo.

A sociedade e os partidos tem que entender que o zero é indivisível e a busca do entendimento nacional entre as diversas correntes do pensamento é fundamental para o país dar certo.