A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou nessa semana mais uma edição do Relatório Global da situação da Segurança Viária 2023, a 5ª edição elaborada pela entidade. A última publicação sobre os índices de mortes por sinistros de trânsito de todo mundo foi em 2018, antes da pandemia e foi distribuído durante a 3ª Conferência Mundial Ministerial da ONU, em Estolcomo, Suécia, em fevereiro de 2020. 

Esse novo compêndio trouxe o balanço da 1ª Década de Ação pela Segurança Viária (2011-2020) e mostrou que, nenhum continente alcançou a ousada meta de redução em 50% dos índices de mortos por 100 mil habitantes, propostos em 2011. A região que mais se aproximou desse número foi o continente europeu, conquistando uma redução de 36% do total de mortes por 100 mil habitantes. 

“Os esforços para melhorar a segurança rodoviária tiveram impacto e podem ser conseguidas reduções significativas nas mortes devido aos sinistros se forem aplicadas medidas comprovadas. Apesar disso, o preço pago pela mobilidade continua a ser demasiado elevado. As lesões causadas por ocorrências viárias continuam a ser a principal causa de morte de crianças e jovens com idades entre os 5 e os 29 anos”, afirma o editorial do Relatório.

A ABEETRANS destaca a posição do Brasil no cenário mundial, onde reduzimos de 19 para 16, o número de óbitos por sinistros de trânsito, a cada 100 mil habitantes. Esse avanço, pode ser atribuído a mobilização em torno do tema, principalmente entre os órgãos que compõem o SNT (Sistema Nacional de Trânsito) e as entidades atuantes do setor. Na comparação do índice alcançado pelo Brasil, com outros países das Américas, o Brasil está no mesmo patamar de Colômbia, Costa Rica e Suriname. Os países vizinhos melhores classificados foram: Argentina com 9 mortes por 100 mil/habitantes, Chile com 10, Peru, Venezuela e Uruguai com 13 e Guiana com 15. 

Com relação ao índice geral de mortes por sinistros, o mundo melhorou. Houve uma redução de 5% no total de mortes, comparado com o total de 2010. Foram registradas 1,19 milhão mortes entre 2010 e 2021. Na década anterior, foram registradas 1,25 milhão mortes. Um alerta importante, ressaltado no Relatório Global foi que, houve um aumento de quase 1 bilhão de habitantes no planeta de uma década para outra, além do aumento de 160% no total da frota de veículos dos países analisados.

Assim, como em todos os outros Relatórios Globais da OMS, os países subdesenvolvidos concentram a maioria das vítimas. Somente em 2021: foram registrados nesses países 92% do total de mortes por sinistros de trânsito. Para fins de comparação, o índice geral foi de 21 mortes para 100 mil habitantes, enquanto países desenvolvidos registraram um índice de 8 mortes por 100 mil habitantes, uma discrepância considerável. 

Já a faixa etária das vítimas fatais em 2021, 66% tinham entre 18 e 59 anos, sendo que a cada 3 vítimas fatais, 2 são do sexo masculino. Em relação ao modal das vítimas, os ocupantes de automóveis representam 30% do total de vítimas, diferente do que ocorre no Brasil, onde a maior parte das vítimas fatais está de motocicleta. Em seguida, pedestres representaram 23% dos óbitos e os ocupantes de motocicletas e garupa foram 21% do total dos registros de mortes.

O continente Americano teve uma redução de 0,1%, comparando uma década com a outra. Já o continente Africano, foi o único que apresentou aumento: 17% a mais na quantidade de vítimas fatais. 

Conheça o Relatório Completo: https://www.who.int/publications/i/item/9789240086517